Se você já ficou admirando o horizonte do mar e pensou em testar suas habilidades contra os gigantes do oceano, você não está sozinho. A pesca oceânica tem algo que a diferencia completamente da pesca em água doce – a escala, a força dos peixes, a imprevisibilidade das condições.
O Brasil, com seus mais de 7.000 quilômetros de litoral e uma biodiversidade marinha que conta com mais de mil espécies, oferece oportunidades que poucos lugares no mundo conseguem igualar. Mas pescar em alto mar não é simplesmente jogar uma linha na água e esperar.
Índice
Você precisa conhecer as espécies, entender onde elas estão, ter o equipamento certo e, acima de tudo, respeitar o oceano. Vamos mergulhar nesse universo e preparar você para sua próxima aventura em águas azuis.
O Que Define um Peixes de Alto Mar
Antes de listar espécies, vale entender o que realmente caracteriza um peixe de alto mar. Não é apenas uma questão de distância da costa – embora isso faça parte.
Peixes oceânicos geralmente habitam águas mais profundas, têm corpos mais hidrodinâmicos para lidar com correntes fortes, e muitas vezes são migradores, percorrendo distâncias incríveis em busca de alimento e reprodução.
Essas espécies desenvolveram características específicas: alguns, como os atuns, têm sistemas circulatórios especializados que mantêm seus músculos aquecidos mesmo em águas frias. Outros, como os marlins e agulhões, têm corpos alongados e bicos afiados que funcionam como armas tanto para caça quanto para defesa.
A pesca dessas espécies exige não apenas equipamento robusto, mas também técnica, paciência e respeito pela força desses animais.
Peixes de Alto Mar Por Região do Brasil
A diversidade de espécies varia conforme a região costeira, influenciada por fatores como temperatura da água, correntes oceânicas, profundidade e tipo de fundo marinho. Conhecer essas particularidades regionais aumenta significativamente suas chances de sucesso.
Região Norte
As águas do Norte brasileiro são influenciadas pela foz do Rio Amazonas, criando um ambiente único onde água doce e salgada se encontram. Essa mistura traz nutrientes que atraem uma variedade impressionante de espécies.
Inconfundível pela enorme nadadeira dorsal que se ergue como uma vela, o agulhão bandeira é um dos peixes mais espetaculares de se ver – e de se pescar. Pode ultrapassar 100 kg e é conhecido por saltos acrobáticos quando fisgado. O bico alongado e afiado exige cuidado extremo no manuseio.
Habitat: Águas oceânicas, geralmente associado a correntes quentes Comportamento: Predador de topo que caça próximo à superfície Melhor época: Verão, quando as águas estão mais quentes
Menor que os gigantes oceânicos, a anchova compensa em números e agressividade. Forma cardumes grandes e ataca iscas com voracidade. É tanto alvo de pescadores esportivos quanto comerciais, com carne de excelente qualidade.
Habitat: Meia água a superfície, tanto costa quanto alto mar Comportamento: Cardumes que se alimentam ativamente no amanhecer e entardecer Melhor época: Outono e primavera
O maxilar superior estendido em forma de espada dá nome a esse gigante que pode ultrapassar 400 kg. A pesca do espadarte é considerada o ápice da pesca esportiva oceânica – brigas que duram horas não são incomuns. A força e resistência desse peixe testam tanto o equipamento quanto a habilidade do pescador.
Habitat: Águas profundas oceânicas Comportamento: Predador solitário que caça em diferentes profundidades Melhor época: Final do verão e início do outono
Com escamas que parecem moedas de prata e um corpo que pode ultrapassar 2 metros, o tarpão é famoso por brigas espetaculares. Seus saltos violentos quando fisgado fazem a adrenalina disparar. Embora não seja valorizado na culinaria, é um dos peixes mais procurados na pesca esportiva.
Habitat: Áreas costeiras, estuários e até água doce Comportamento: Alimenta-se próximo à superfície, especialmente ao amanhecer Melhor época: Verão, durante a maré cheia
Região Nordeste
O nordeste brasileiro oferece águas tropicais cristalinas, recifes de corais extensos e uma temperatura constante que mantém os peixes ativos o ano todo. É uma das regiões mais produtivas para pesca oceânica no país.
Existem várias espécies de badejos, mas todas compartilham características comuns: corpo robusto, boca grande e o hábito de se refugiar em estruturas quando fisgados. São peixes astutos que exigem equipamento resistente, pois tentarão cortar sua linha em pedras e corais.
Habitat: Recifes de corais, costões rochosos e naufrágios Comportamento: Predador de emboscada que espera presas próximo a estruturas Melhor época: Ano todo, com picos no verão
Corpo alongado, coloração escura com uma faixa lateral característica. O bijupirá é um lutador forte que faz corridas longas quando fisgado. Frequentemente encontrado próximo a objetos flutuantes, boias e até baleias. Sua carne é excelente, mas raramente chega aos mercados.
Habitat: Superfície e meia água, tanto costeira quanto oceânica Comportamento: Curioso, aproxima-se de embarcações Melhor época: Primavera e verão
Corpo fusiforme, coloração azul-esverdeada com listras características. A cavala é um peixe veloz que forma cardumes e realiza migrações sazonais. No verão, aproxima-se da costa, facilitando a captura. É um peixe muito apreciado na culinária nordestina.
Habitat: Alto mar, aproximando-se da costa no verão Comportamento: Cardumes que caçam ativamente pequenos peixes Melhor época: Verão
Coloração avermelhada intensa, corpo compacto e olhos grandes. Os pargos habitam águas mais profundas e são altamente valorizados comercialmente. São peixes fortes que brigam com determinação, especialmente os exemplares maiores.
Habitat: Águas profundas, entre 40 e 200 metros Comportamento: Alimenta-se no fundo, próximo a estruturas Melhor época: Outono e inverno
Região Sudeste
A convergência de correntes frias e quentes na região sudeste cria um ambiente rico em nutrientes que atrai tanto peixes residentes quanto migratórios. É uma das regiões mais populares para pesca esportiva oceânica no Brasil.
Diferentes espécies de atum frequentam as águas do sudeste, incluindo albacora, bonito e atum-azul. Todos compartilham a característica de serem nadadores extremamente eficientes, com corpos hidrodinâmicos perfeitos. Brigas longas e corridas velozes são garantidas.
Habitat: Oceânico, seguindo correntes e cardumes de isca Comportamento: Forma cardumes, frequentemente associado a golfinhos Melhor época: Primavera e verão
Bagre-Bandeira

Apesar do nome pouco atrativo, o bagre-bandeira é um peixe interessante para pesca de praia e estuários. Tem espinhos venenosos nas nadadeiras que exigem cuidado no manuseio. É comum em arremessos de praia.
Habitat: Praias, estuários e foz de rios Comportamento: Alimenta-se no fundo, especialmente à noite Melhor época: Verão
Betara
Talvez o peixe mais comum na pesca de praia do sudeste. Corpo alongado, coloração prateada e bocarra que engole iscas com facilidade. Não é o peixe mais glamoroso, mas proporciona ação constante na modalidade de surfcasting.
Habitat: Zona de arrebentação de praias Comportamento: Alimenta-se de crustáceos e moluscos na areia Melhor época: Ano todo, com picos no outono
Robalo
Corpo prateado, linhas laterais marcantes e boca grande. O robalo é um dos peixes mais valorizados tanto na pesca esportiva quanto na culinária. Habita áreas de transição entre água doce e salgada, sendo comum em estuários e manguezais. É astuto e exige apresentação cuidadosa das iscas.
Habitat: Estuários, manguezais, baías e até rios Comportamento: Predador de emboscada, caça próximo a estruturas Melhor época: Primavera e verão
Região Sul
As águas mais frias do sul atraem espécies diferentes, muitas delas migratórias que vêm das águas ainda mais frias do sul do continente. A pesca aqui pode ser mais desafiadora devido às condições climáticas, mas também mais recompensadora.
Corvina
Corpo prateado robusto com capacidade de emitir sons (roncos) usando a bexiga natatória. As corvinas formam cardumes grandes e são muito valorizadas tanto comercialmente quanto na pesca esportiva. Exemplares grandes brigam com vigor.
Habitat: Fundos arenosos ou lamosos, costeiro Comportamento: Forma cardumes, alimenta-se no fundo Melhor época: Outono e inverno
Marlin-Branco
Menor que o marlin-azul, mas não menos impressionante. Corpo alongado, bico afiado e capacidade de dar saltos espetaculares. A pesca do marlin é considerada o pináculo da pesca oceânica, exigindo equipamento pesado e técnica apurada.
Habitat: Águas oceânicas profundas Comportamento: Solitário ou em pares durante reprodução Melhor época: Verão
Miraguaia
Um dos maiores peixes costeiros do sul, podendo ultrapassar 50 kg. Emite sons altos durante a reprodução. É um peixe briguento que proporciona emoção na captura. Sua carne, porém, tem valor comercial limitado devido à frequente presença de parasitas.
Habitat: Águas costeiras, estuários Comportamento: Forma grupos durante reprodução Melhor época: Primavera (época de reprodução)
Olhete
Corpo prateado com olhos grandes e característicos. Habita águas agitadas próximo a costões e recifes. É um peixe forte que dá boas brigas, especialmente quando pescado em estruturas rochosas. A pesca em embarcação é mais eficiente.
Habitat: Águas rasas agitadas, costões rochosos Comportamento: Cardumes que se alimentam próximo a estruturas Melhor época: Verão

Equipamentos Para Pescar Peixes de Alto Mar
Pescar em alto mar não é como pescar em um lago tranquilo. O equipamento precisa ser robusto o suficiente para lidar com peixes poderosos, água salgada corrosiva e condições às vezes adversas.
Varas de Pesca
Para pesca oceânica, varas entre 1,5 e 2 metros são o padrão. Podem ser tubulares (ocas) ou maciças, dependendo da aplicação. Varas mais curtas oferecem mais força para brigas verticais, enquanto varas mais longas facilitam arremessos.
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Ação e potência: Para a maioria das situações em alto mar, varas de ação média a rápida com potência média-pesada a pesada são ideais. Isso oferece a espinha dorsal necessária para controlar peixes grandes, mantendo alguma flexibilidade para absorver corridas violentas.
Material: Grafite ou fibra de vidro. O grafite é mais leve e sensível, enquanto a fibra de vidro é mais durável e perdoa mais nos erros de operação.
Molinetes e Carretilhas
Molinetes: Para pesca oceânica, molinetes grandes (tamanhos 6000 a 20000) são necessários. Devem ter:
- Construção resistente à corrosão (corpo e rotor em alumínio anodizado ou selados)
- Sistema de arrasto potente e suave
- Capacidade para pelo menos 300 metros de linha
- Rolamentos selados contra água salgada
Carretilhas: Para técnicas como corrico (trolling), carretilhas convencionais ou multiplicadoras são preferidas. Devem suportar linhas pesadas e ter sistemas de arrasto robustos.
Linhas de Pesca
Monofilamento: Linhas entre 0,50mm e 0,60mm de diâmetro são padrão para pesca oceânica média. A capacidade deve variar entre 35 e 50 libras. O monofilamento oferece elasticidade que ajuda a absorver as cabeçadas dos peixes.
Multifilamento: Para situações que exigem maior sensibilidade e capacidade de linha, o multifilamento (trançado) é superior. Oferece praticamente zero elasticidade, transmitindo cada toque diretamente para suas mãos. Use entre 30 e 80 libras dependendo da espécie alvo.
Fluorocarbono: Ideal para líderes, pois é praticamente invisível na água e resistente à abrasão. Use de 50 a 100 libras para a maioria das aplicações oceânicas.
Anzóis
Tenha uma variedade de tamanhos e estilos. Para pesca oceânica:
- Anzóis circulares (tamanhos 6/0 a 10/0) para iscas naturais
- Anzóis J tradicionais para iscas artificiais
- Garatéias para plugs e metal jigs
- Sempre em aço inoxidável ou com tratamento anticorrosão
Equipamentos Complementares
Alicate de bico longo: Essencial para remover anzóis com segurança Luvas: Protegem as mãos da linha durante brigas Óculos polarizados: Permitem ver peixes na água e protegem dos raios UV Boné/chapéu: Proteção solar é crucial em alto mar Protetor solar: Use fator alto e reaplique frequentemente Bolsa impermeável: Para proteger eletrônicos e documentos
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Técnicas Eficientes de Pescar Peixes de Alto Mar
Conhecer as técnicas certas pode ser a diferença entre voltar para casa com histórias de peixes perdidos ou com fotos de troféus.
Trolling (Corrico)
A técnica mais popular para pesca oceânica. Consiste em arrastar iscas (naturais ou artificiais) atrás da embarcação em movimento. Isso permite cobrir grandes áreas de água e localizar peixes ativos.
Como fazer:
- Mantenha velocidade entre 4 e 8 nós, dependendo da isca e espécie alvo
- Use múltiplas varas em diferentes profundidades
- Varie as distâncias das iscas atrás do barco (de 30 a 100 metros)
- Siga bordas de correntes, mudanças de cor da água e estruturas submersas
Iscas recomendadas: Plugs de meia água, colheres, cabeças com saias (skirted lures), e iscas naturais como lulas e sardinhas
Pesca de Fundo
Eficiente para espécies que se alimentam próximo ao fundo como badejos, pargos e garoupas. Requer equipamento robusto pois muitas vezes você está pescando em profundidades de 50 a 200 metros.
Como fazer:
- Posicione a embarcação sobre estruturas (recifes, naufrágios, formações rochosas)
- Use chumbos suficientes para manter a linha vertical
- Deixe a isca próxima ao fundo, mas não apoiada
- Fique atento a toques sutis – muitos peixes de fundo “beliscam” antes de engolir
Iscas recomendadas: Lulas, camarões, sardinhas inteiras ou em pedaços, jigs metálicos
Jigging
Técnica que envolve trabalhar jigs metálicos verticalmente, fazendo-os subir e descer rapidamente. É extremamente eficiente e permite cobrir diferentes profundidades rapidamente.
Como fazer:
- Deixe o jig descer até o fundo
- Recolha rapidamente 2-3 metros
- Deixe cair novamente em queda livre
- Repita o processo variando velocidade e amplitude
- Fique atento às fisgadas durante a queda
Iscas recomendadas: Jigs metálicos de 80 a 300 gramas, dependendo da profundidade e corrente
Pesca com Iscas de Superfície
Para espécies que se alimentam na superfície como atuns, agulhões e dourados. É a modalidade mais visual e emocionante.
Como fazer:
- Localize atividade na superfície (pássaros mergulhando, explosões de água)
- Aproxime-se calmamente sem assustar o cardume
- Arremesse além do cardume e recolha através dele
- Varie a velocidade de recolhimento até encontrar o padrão que funciona
Iscas recomendadas: Poppers, stickbaits, metal jigs para arremesso
Onde Pescar: Localizando os Peixes
O oceano é vasto, mas os peixes não estão distribuídos uniformemente. Saber onde procurar multiplica suas chances de sucesso.
Estruturas Submersas
Recifes, naufrágios, formações rochosas e montes submersos concentram vida marinha. Esses locais oferecem abrigo para peixes menores, que por sua vez atraem predadores.
Como localizar: Use sondas/sonar para identificar estruturas. Mapas náuticos também mostram formações conhecidas.
Agregadores de Peixes
Boias, troncos flutuantes, algas amontoadas e até lixo flutuante atraem peixes. Pequenos peixes usam como abrigo, atraindo predadores.
Dica prática: Sempre investigue objetos flutuantes, especialmente em águas mais profundas.
Mudanças de Cor da Água
Onde águas de diferentes cores se encontram (geralmente indicando encontro de correntes), há convergência de nutrientes e plâncton, atraindo toda a cadeia alimentar.
Como identificar: Procure linhas nítidas de mudança de cor – de azul escuro para verde, por exemplo.
Atividade de Superfície
Pássaros mergulhando, explosões de água, ou pequenos peixes saltando indicam predadores se alimentando.
Ação imediata: Quando avistar atividade, aproxime-se rapidamente mas com cuidado para não dispersar o cardume.
Temperatura da Água
Diferentes espécies preferem diferentes temperaturas. Mudanças de temperatura indicam correntes diferentes se encontrando.
Equipamento útil: Termômetro de superfície ou sonda com sensor de temperatura ajuda a localizar essas zonas produtivas.
Condições Ideais de Mar
Entender as condições do oceano não é apenas questão de segurança – também afeta diretamente o sucesso da pescaria.
Estado do Tempo
Céu nublado: Muitas vezes mais produtivo que dias ensolarados, especialmente para espécies de superfície. Os peixes se sentem mais seguros e se alimentam mais ativamente.
Frente fria aproximando: Geralmente dispara uma alimentação frenética antes da chegada da frente. Após a passagem, os peixes podem ficar inativos por dias.
Vento: Vento moderado (10-15 nós) é ideal. Cria ondulação que desorienta presas e facilita a caça dos predadores. Ventos muito fortes tornam a pescaria desconfortável e perigosa.
Maré
A maré afeta profundamente o comportamento dos peixes, especialmente em áreas costeiras.
Maré enchendo: Geralmente mais produtiva, pois traz água oxigenada e alimento Maré vazando: Concentra peixes em canais e passagens Mudança de maré: Os 30-60 minutos antes e depois da virada da maré costumam ser os mais produtivos
Fase da Lua
Lua nova e lua cheia: Marés mais extremas (sizígia) geralmente resultam em melhor pesca Quarto crescente e minguante: Marés menores, pesca pode ser mais lenta Noites de lua cheia: Peixes se alimentam à noite, podendo estar menos ativos durante o dia
Segurança em Alto Mar
O oceano exige respeito. Nunca subestime as condições e sempre coloque a segurança em primeiro lugar.
Antes de Sair
- Verifique previsão do tempo para todo o período
- Informe alguém sobre seu plano de navegação
- Verifique combustível (regra: ida + volta + 30% de reserva)
- Teste equipamentos de comunicação e segurança
- Leve água potável e alimentos
Equipamentos de Segurança Obrigatórios
- Coletes salva-vidas para todos
- Sinalizadores visuais (foguetes, bandeiras)
- Rádio VHF
- GPS e bússola
- Kit de primeiros socorros
- Extintores de incêndio
- Âncora e cabo adequados
Durante a Pescaria
- Mantenha sempre um tripulante de olho nas condições
- Nunca pesque sozinho em alto mar
- Use calçado antiderrapante
- Cuidado ao manusear peixes com espinhos ou dentes
- Mantenha o convés organizado para evitar tropeços
Conservação e Pesca Responsável
O oceano é generoso, mas não inesgotável. Práticas responsáveis garantem que futuras gerações também possam desfrutar dessa paixão.
Pratique Pesque e Solte
Para peixes que você não pretende consumir:
- Use anzóis sem farpa ou achate a farpa
- Molhe as mãos antes de tocar o peixe
- Minimize o tempo fora da água
- Use alicate para remover anzóis rapidamente
- Se o anzol estiver profundo, corte a linha próximo ao anzol
- Reviva o peixe segurando-o contra a corrente
Respeite Tamanhos e Cotas
- Conheça os tamanhos mínimos para cada espécie
- Respeite limites de captura
- Não capture espécies ameaçadas
- Devolva fêmeas grávidas ou em desova
Cuide do Ambiente
- Nunca descarte lixo no mar
- Recolha linhas e anzóis antigos que encontrar
- Não danifique corais ou estruturas submersas
- Evite pescar em áreas de reprodução durante a época de desova
Escolhendo a Embarcação Certa
A embarcação é sua base de operações. A escolha errada pode comprometer toda a experiência.
Para Água Doce
Barcos de alumínio são ideais: leves, duráveis, resistentes à corrosão e fáceis de transportar. Oferecem boa estabilidade em lagos e rios, com espaço adequado para equipamentos.
Para Água Salgada e Alto Mar
Lanchas de pesca são a escolha certa. Características importantes:
- Casco em V profundo para melhor performance em ondas
- Tanque de combustível com boa autonomia
- Plataforma de pesca espaçosa
- Armazenamento para equipamentos
- Sistema de som/fishfinder
- Suporte para varas
- Viveiro (se praticar pesque-e-solte)
Tamanho mínimo recomendado: 20 pés (6 metros) para pescarias costeiras, 25+ pés (7,5+ metros) para alto mar
Para Áreas de Difícil Acesso
Caiaques e canoas são versáteis para:
- Manguezais e estuários rasos
- Áreas com vegetação densa
- Locais onde barcos maiores não entram
- Pesca silenciosa próxima à margem
Vantagens: Leves, portáteis, baixo custo operacional Limitações: Menor capacidade de carga, limitados por condições de vento e onda
Perguntas e Dúvidas Comuns
Preciso de licença para pescar em alto mar
Sim, você precisa de licença de pesca amadora. As regras variam por estado, mas geralmente você obtém através do site do IBAMA ou órgãos estaduais de meio ambiente.
Qual a diferença entre pesca oceânica e pesca costeira
Pesca costeira ocorre próxima à costa, geralmente em profundidades menores que 50 metros. Pesca oceânica é em alto mar, águas mais profundas, geralmente a mais de 5 milhas náuticas da costa.
Posso pescar sozinho em alto mar
Tecnicamente sim, mas é extremamente desaconselhável por questões de segurança. Sempre leve pelo menos um companheiro.
Quanto custa uma pescaria de alto mar
Varia muito. Fretamento de barco com capitão pode custar de R$ 800 a R$ 5.000+ por dia, dependendo do tamanho da embarcação, região e serviços incluídos.
Qual a melhor época para pesca oceânica no Brasil
Depende da região e espécie alvo, mas geralmente primavera e verão são mais produtivos. Águas mais quentes trazem maior atividade de peixes migratórios.
Enjoo no barco é comum
Sim, especialmente para iniciantes. Use medicamentos preventivos (Dramin), mantenha o olhar no horizonte, fique em área ventilada e evite álcool antes e durante.
Como conservar o peixe capturado
Sangre e limpe imediatamente após captura. Mantenha no gelo em caixa térmica. Para viagens longas, considere gelo em escamas que resfria melhor.
Posso usar iscas artificiais em alto mar
Sim, e muitas vezes são mais eficientes que iscas naturais. Plugs, jigs metálicos e soft baits funcionam muito bem para diversas espécies oceânicas.
O que fazer se fisgar um tubarão
Mantenha distância segura, não tente trazer para o barco. Se possível, corte a linha próximo ao anzol. Tubarões são protegidos em muitas áreas.
Equipamento de água doce serve para mar
Não é recomendado. Água salgada é muito mais corrosiva. Equipamento específico para água salgada tem proteção anticorrosão e componentes selados.
Veja mais aqui:
Conclusão
A pesca oceânica no Brasil oferece oportunidades incomparáveis. Com mais de mil espécies de peixes de alto mar, cada região do litoral tem suas particularidades e espécies características – desde agulhões bandeira no Norte até marlins brancos no Sul.
O sucesso em alto mar depende de conhecimento das espécies, equipamento adequado, técnicas corretas e, principalmente, respeito pelo oceano. Invista em equipamentos específicos para água salgada, aprenda sobre as condições ideais de mar e maré, e sempre priorize a segurança.
A conservação é responsabilidade de todos. Pratique pesque-e-solte quando possível, respeite tamanhos mínimos e cotas, e cuide do ambiente marinho. Assim garantimos que essa paixão continue por gerações.
Sua aventura oceânica aguarda. Equipamento pronto, conhecimento adquirido, só falta escolher o destino. Boas pescarias!
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